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O isolamento social deixou os adolescentes mais inseguros?

Comumente, ao atender adolescentes no meu dia a dia clínico, recebo muitas inquietações e medos que estão atrelados a insegurança. Naturalmente, nesta fase da vida, surgem muitos desafios e conflitos que aparentemente são novos e que exigem muita coragem para enfrentar. Não são apenas as cobranças dos pais que eles precisam lidar, não são apenas as alterações do corpo ou da maturidade de perceber o mundo que muda, mas é o convite que a vida faz a cada chamado e das possíveis escolhas pelo qual esse ser no mundo se depara.

E ao se tornar adulto, a confrontação com a tomada de decisões se torna cada vez mais angustiante, pois estamos constantemente nos autodeterminando e escolhendo qual versão queremos usar, ser e se tornar. Cada escolha, cada possibilidade se mostra desafiadora, uma vez que somos responsáveis por aquilo que frequentemente escolhemos ser ou não ser.

A pandemia chega, com suas incertezas e novos desafios, que implicam o isolamento social e consequentemente aumentam as relações em redes e a possibilidade de continuar a vida através de uma existência dentro de um mundo virtual. Existir dentro desse cenário, é ter a oportunidade de se relacionar com pessoas e com o mundo, através de uma realidade ampliada (inteligências artificiais, realidades alternativas etc) mas o mesmo tempo limitada. 

Limitada no toque, na presença, na construção de relacionamentos reais, que proporcionem profundidade, confiança e principalmente autenticidade. Voltando para a pergunta do tema, que precede a construção dessa reflexão: O isolamento social deixou os adolescentes mais inseguros? Certamente, posso afirmar que principalmente os jovens apresentam mais dificuldades com essa retomada de se relacionar no mundo real, fora das telinhas.

O motivo dessa dificuldade não é de agora, quando estudamos o comportamento da geração Z, que são os nascidos por volta dos anos 2000, o que estava acontecendo nesta época? O nascimento das primeiras redes sociais, como o Orkut, Facebook, LinkedIn que surgem por volta de 2003/2004, sendo o ponto de partida para a eclosão das demais plataformas sociais, como YouTube, Twitter e assim por diante.

Tendo isso em mente, o consumo a partir de então só aumenta, as plataformas ficam cada vez mais sofisticadas e são propositalmente planejadas para causar a dependência do uso. Como então esses jovens podem desenvolver habilidades de relações interpessoais adaptativas ao meio social, se passam a maior parte do tempo consumindo conteúdos das redes sociais? Voltamos com isso ao nosso questionamento inicial. Se temos então, uma geração que ao longo do seu desenvolvimento foram moldados em torno da tecnologia, logo, no período de isolamento social isso foi reforçado.

Tendo esse comportamento reforçado, o uso das telinhas de forma constante, diminui o contato em presença dos laços afetivos, desencoraja o enfrentamento de resolução de conflitos, tendo em vista que as telas podem ser um meio de segurança, já que ao se deparar com um desconforto pode-se bloquear e ignorar o ocorrido. Além de causar prejuízos na atenção, concentração e memória, também na exposição da vida particular e das intensas comparações das vitrines de vidas perfeitas que são compartilhadas no mundo virtual.

Sem dúvidas, isso provoca um maior sentimento de insegurança, posto que, o adolescente se compara com uma vida cheia de filtros, conquistas e desejos incessantes, metas inalcançáveis e cobranças fora de medida para uma superprodução intelectual. Como não se sentir mais inseguro, ao se deparar com uma realidade dessa? Isso sem contar, que a fuga da resolução de conflitos, favorece o medo de explorar o mundo, de furar a bolha e olhar para fora, tendo de lidar com as frustrações e a responsabilidade pelo que escolhe ser e das atitudes que toma.

Então, você está preparado (a) para furar a bolha e explorar as suas potencialidades? Te convido a seguir comigo em uma jornada que poderá ser transformadora. Você pode assumir o controle da sua vida e se posicionar de uma maneira diferente, a terapia poderá a lhe ajudar a perceber muitas coisas e a construir o seu próprio caminho. Vem comigo! 

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    Beatriz Carboneiro

    Olá, tudo bem? Eu me chamo Beatriz e sou viciada em leitura, além, é claro, de me expressar através da escrita e pintura. Pega um cafezinho, fique comigo e vamos juntos nessa construção do conhecimento, refletindo sobre diferentes temas da psicologia e filosofia existencial.